Corpo Natural e Corpo Espiritual


Capítulo VIII

Desde que no mundo iniciou-se a evolução espiritual dos seres humanos, a Bíblia nos relata a genealogia de seres humanos que continham espíritos mais evoluídos. É a semente primeira lançada pelo Criador afim de se espalhar pelo mundo, aperfeiçoando as energias formadas nos seres humanos que habitavam o planeta Terra, uma energia mais pura, misturando com uma energia mais bruta, formará uma terceira energia menos bruta, e ainda sucessivamente, ate que elas sejam lapidadas como um diamante, que na sua forma primitiva é fosco, mas quando lapidado, torna-se resplandecente.
O criador ao jogar as primeiras sementes em nosso planeta, afim de evoluírem e se multiplicarem, quer que as mesmas evoluam até um grau que se tornem independentes, livres, capazes de compreenderem toda sua obra, pois somente depois da ressureição é que temos a plenitude espiritual.
Como já dissemos, dentro de cada ser humano existe uma infinidade de espíritos dormindo no inconsciente, recebendo ensinamentos do Ego do corpo físico em que estão. No seu inconsciente, caro (a) leitor (a), existem milhares de espíritos desencarnados, reintegrados em você, evoluindo através do que você aprende e, automaticamente transmite para eles. Como podemos ver, somos responsáveis por todos eles. Por isso devemos sempre procurar as coisas boas ( aos olhos do Criador), uma vez que ao desencarnarmos, faremos parte desta sociedade que habita em nós.
A parábola do Joio e do Trigo nos relata a necessidade de termos o bem e o mal, pois só assim é que conseguiremos dominar o mal que há em nós. Esta sociedade de espíritos que habita em nosso inconsciente é composta de espíritos bons e maus. Nosso principal dever é tentar eliminar o mal, pois só assim é que conseguiremos formar uma unidade dentro de nós. Nosso objetivo tem de ser a formação de um corpo natural (animal) uno, pois só assim conseguiremos atingir o que é perfeito. Quando chamamos de corpo natural, a esta sociedade que habita em nós, é porque nossos conhecimentos ainda são terrenos, porque se fosse num plano celestial, chamaríamos de corpo espiritual, mas primeiro é o animal (natural) depois o espiritual. Cor I 15:44 a 49.
Jesus possuía um corpo espiritual e não animal (estamos nos referindo ao conjunto de espíritos do inconsciente). Os espíritos que habitavam em Jesus eram muito evoluídos, era o próprio Espírito Santo.
Ao ser concebido por obra e graça do Espírito Santo, criou-se condições para que o Espírito Santo habitasse em Jesus e pudesse lhe ensinar. Mas Jesus é um caso à parte, e não vamos entrar em detalhes agora. Assim como em nossa sociedade material procuramos viver em grupos, estreitando os laços de amizade, que nos tornem capazes de nos defendermos melhor das opressões exteriores e tornarmos mais fortes, assim também é no mundo espiritual. Infelizmente somos individualistas, não pensamos que somos um todo, e ao levarmos esta imagem para o mundo espiritual, dificultamos a unificação a unificação do corpo natural do qual fazemos parte. Se nos conscientizarmos que somos parte de um TODO, não só conseguiremos tornar UM o nosso corpo Natural, como atingiremos mais rápido a ressureição.
Paulo em sua carta aos Cor O 12:12 ..., nos faz uma comparação entre o corpo físico e o corpo místico que formaremos em Cristo (se nos tornarmos Cristãos na essência). Paulo também fazia uma comparação entre os Corpos Naturais em formação, apesar de Paulo se referir a membros, sabemos que cada membro de nosso corpo físico é formado de milhares de células, que trabalham em conjunto, com as demais células de outros membros, mantendo assim a vida física.
Assim para se constituir o corpo místico em que Cristo é o cabeça, necessário é, que se forme vários conjuntos de espíritos, cada conjunto representando figuradamente um membro deste corpo místico. Paulo ainda nos diz: “ Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas o brilho dos celestes, difere do brilho dos terrestres. Uma é a claridade do sol, outra a claridade da luz e outra a claridade das estrelas; e ainda uma estrela difere da outra na claridade. Assim é a ressureição dos mortos”.
Um pouco mais atrás ele nos diz: “E em que corpo vem? Insensato. O que semeias não recobra a vida, sem antes morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo da planta que há de nascer, mas o simples grão, como, por exemplo, de trigo, ou de alguma outra planta. Deus, porém, lhe dá o corpo como lhe apraz, e a cada uma das sementes o corpo da planta que lhe é própria.
Na primeira fala relatada, podemos ver Paulo nos orientando que haveria uma diferença entre estes corpos em formação, plantados através de sementes na corruptibilidade, pois a carne é fraca, não propriamente a carne, pois esta é apenas um instrumento utilizado pelo Criador para aperfeiçoamento dos espíritos. Nosso espírito é que se sujeita à carne, aos desejos materiais por extensão.
Jesus nos disse: Dentre os homens nascidos de ventre de mulher, João Batista é o maior de todos, mas no reino dos céus ele é menor do que o menor.” Ora, podemos ver que no mundo celestial, há hierarquia, e assim como se diz: “Assim na terra como no céu”, aqui em nosso mundo material há hierarquia, e como tal haverá no mundo espiritual terreno. Quando Paulo nos faz uma comparação entre a diferenças que havia entre os Corpos Naturais ressuscitados. Cada conjunto de espíritos formados, chamados de Corpo Natural (cada um separadamente), terá uma soma de conhecimentos e perfeição, diferentes um dos outros, mas isto não tira o mérito de cada corpo formado, pois já estão na escala divina, e já não podem mais cair (regredir), já não pode mais morrer (espiritualmente falando). Mas necessário é que estes corpos morram primeiro (espiritualmente).
Nossa missão neste curto espaço de tempo que temos em nossa vida carnal, devemos procurar selecionar dentro de cada um de nós, espíritos bons, capazes de tornarem uno o nosso corpo Natural, para que possamos fazer parte do corpo místico de Cristo, e como Ele é UM com o CRIADOR, tornamos a trilogia em UM. O importante é fazer parte da ressureição para a vida eterna, é sermos do corpo de Cristo, porque neste estágio o aguilhão da morte já não mais nos atinge. Não importa qual membro seremos deste corpo, o importante é fazer parte dele, pois Deus nivela todos os membros, dispensando maior atenção ao que mais necessita.
Transcrevemos agora a passagem do corpo místico de Jesus, leiam com atenção, porque é uma mensagem de fé, esperança e humildade, principalmente de humildade.
“Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo embora muitos, formam um só corpo, assim também Cristo. Em um só espírito fomos batizados todos nós, para formarmos um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito. Assim o corpo não consiste em um só membro, mas em muitos.
Se o pé dissesse: “Eu não sou a mão; por isso, não sou do corpo” – acaso deixaria ele de ser do corpo? E se a orelha dissesse: “ Eu não sou o olho; por isso, não sou do corpo” – deixaria ela de ser do corpo? Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se fosse todo ouvido, onde estaria o olfato? Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros como lhe aprouve. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Há pois, muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: “Eu não preciso de você”, nem a cabeça aos pés: “Não necessito de vocês". Antes pelo contrário, os membros do corpo que parecem os mais fracos, são os mais necessários. E os membros do corpo que temos por menos honrosos, a esses cobrimos com mais decoro. Os que em nós são menos decentes não reclamam tal cuidado. Deus dispôs o corpo de tal modo que deu maior honra aos membros que não a têm, para que não haja dissenções no corpo e que os membros tenham o mesmo cuidado uns para com os outros. Se um membro sofre, todos os membros padecem com ele; se um membro é tratado com carinho, todos os outros se congratulam por ele” Cor. I 12:12 a 26.
Caro (a) leitor (a), você precisa conscientizar que você é líder de uma comunidade que habita em seu interior, e como tal, você tem responsabilidades sobre os mesmos. Esta é a sua partícula de colaboração para com o Criador, e para com você mesmo, por assim que você desencarnar-se, automaticamente você fará parte desta sociedade que constituiu. Se atrairmos o bem, faremos parte de uma sociedade de bem, se atrairmos o mal, faremos parte de uma sociedade do mal, portanto, morta para Deus.
Jesus ao interrogar o endemoniado quem era ele, respondeu: Somos uma legião. Porque espíritos do mal se dizem legião? Isso porque neles não há caridade, amor, elo fundamental para a unificação do Corpo Natural que há em nós, eles se individualizam e não conseguem viver em harmonia. Ao contrario, o Bem consegue a unificação, tornando-se UM. Jamais corpo espiritual dirá que é uma legião de espíritos, porque eles são UM, assim como o Espírito Santo, que é uma infinidade de espíritos evoluídos, perfeitos se fazem passar como um único espírito, isto porque neles há uma unidade de pensamentos e sentimentos.
Ao transmitir uma mensagem de amor ao próximo e a Deus sobre todas as coisas, os apóstolos e os pregadores, trazem para nós o agente catalizador capaz de tornar os conjuntos de espíritos (Corpo Natural) unificador, fortes em sabedoria e amor, com um brilho tão intenso que nossos olhos materiais não aguentariam a intensidade do brilho que emana dos espíritos evoluídos.
“Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais, porque tais é o reino de Deus. Ai daquele que fizer mal a um destes pequeninos, melhor seria que lhe atasse uma pedra de moinho ao pescoço e atirassem ao mar”.
Ao ensinarmos o mal a uma criança, estamos constituindo nela um corpo natural do mal, portanto, desviando-a de Deus, E ainda mais, a tendência é de reintegrarmos nesta criança quando desencarnarmos. Por isso é que está escrito: “Eu sou o Deus zeloso, que vingo a iniquidade dos pais nos filhos até a quarta e quinta geração”.
Geralmente formamos em nossos filhos, uma gama de frequências semelhantes á nossa. Se transmitimos o mal aos nossos filhos, estes transmitirão aos seus, indo até a quarta ou a quinta geração. Ficamos assim sem evoluir por cinco gerações correndo o risco de não alcançarmos a ressureição. (Ver Quinto Estágio da Evolução).
Com isto estamos sujeitos a sermos árvores que não dão bons frutos, portanto, sujeitos a sermos lançados ao fogo. ( A palavra fogo aqui representa um estado de espírito, sofrimento, apesar do espírito não ter os condutores nervosos da carne, ele sofre, pois pensa que ainda está na carne.)
Falaremos agora a respeito destes espíritos que habitam dentro de cada um de nós, formando assim uma sociedade.
Paulo em sua Carta aos Cor. O 15:29 nos diz : “ De outra maneira, que intentam aqueles que se batizam em favor dos mortos? Se os mortos realmente não ressuscitam, por que se batizam por eles?”
Parece que Paulo se referia a um grupo de pessoas que tinham por norma batizarem-se em favor dos mortos. Quando citou isto, ele não julgou ser errada esta prática, e pelos versos a seguir, ele generaliza tal prática a todos os Cristãos, excluindo ele como apóstolos com conhecimento de causa, uma vez que o batismo para ele era fato consumado, a aceitação de Cristo para ele era uma coisa irreversível. Porque Paulo fala na ressureição dos mortos, que Jesus nos disse: Seus pais que comeram o maná que Deus lhes deu, no entanto morreram, Deus é Deus de Abraão, Isaac e Jacó, Deus é Deus de vivos e não de mortos”.
Deus quer que todos vivam para Ele, por isso há a ressurreição.
A realidade, é que todos conjuntos de espíritos que estão reintegrados em nós, estão “mortos”. Então pode-se perguntar: Não há esperança para ninguém? Se todos nós ao desencarnarmos somos mortos para o Criador, então quem se salva?
Já relatamos anteriormente que o conjunto de espíritos que habitam em nós é chamado de Corpo Natural (animal), é porque nossos conhecimentos ainda são terrenos, ainda não estão em um plano celestial. E o que é corruptível não pode herdar o incorruptível se antes não se tornar como tal. Jesus veio para nos dar esperança de que um dia ressurgiremos dos mortos e nos tornaremos vivos para Deus. E Deus nos deu tanta graça, que basta crermos em Cristo (palavra) tendo como base a fé, a esperança e a caridade, para que com isso possamos um dia despertarmos para a essência da vida (espiritual) , seremos obreiros de Deus, conscientes do que fomos, do que somos e o caminho a seguir. Mas não basta crer, porque nos conduz ao Criador é árduo, e a porta é estreita.
Devemos nos lembrar das palavras de Jesus: “Mas Senhor. Eu pregava em seu nome, eu expulsava demônios em seu nome, eu curava em seu nome. E Ele responderá: Eu não lhe conheço”.
O verdadeiro Cristão não deve ditar normas de conduta baseadas em Leis, e muito menos em conhecimentos que ele acha ser a verdade da vida, isto gera o fanatismo, e o fanatismo é o aguilhão da morte (espiritual).
Para que nos tornemos espíritos de Deus, portanto, um só espírito, é necessário que evoluamos através de sucessivas reintegrações, mas sempre sendo um instrumento do bem. A família é o fator primordial para a constituição de corpos espirituais que evoluam para o Criador. Nós temos que transmitir aos nossos filhos obras do bem, para que neles venham habitar espíritos do bem, e assim eles se tornem um templo de Deus, onde só abrigue boas energias (espíritos).
Gostaríamos de alertar quanto a estes conjuntos de espíritos, que existem dentro de cada um de nós (Corpo Natural), que Eles podem efetuar “milagres”.
Quando há concentração de fé de membros em uma Igreja, com a finalidade de pedir a cura, ou alcançar alguma graça pedida, o corpo natural que existe em cada um, se somam, e efetuam “milagres”. Devemos estar alertas com isso, pois pode nos conduzir ao fanatismo. Achamos que é Deus quem opera as virtudes, mas pode ser nós mesmos. Muitos são levados ao fanatismo por pertencer a uma seita que se julga dona da verdade, ou ainda, por ver efetuado os “milagres” em nome de alguém. Esquecem que tudo devemos a Deus, e só a Ele devemos pedir. Não coisas materiais, pois com Deus não se negocia.
Devemos portanto, estarmos sempre alertas, para não sermos enganados por “milagres” efetuados por grupos espirituais terrenos, que com isto nos leve ao fanatismo e consequentemente à morte (espiritual).