As Visões


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Capítulo II

Depois destes sonhos comecei a ter visões, o que mais me perturbou ainda. Nada a ninguém revelava, porque temia que me julgassem louco. Mas, um dia, resolvi contar para minha esposa e alguns parentes pois já não aguentava aquela tensão. A reação foi imediata. Julgaram-me louco. O que eu lhes falava estava além da compreensão deles, e para ser sincero, além da minha. Passemos às visões.
Certa noite acordei as 04 (quatro) horas da manhã com meu quarto totalmente iluminado. Mas a luz não era destas lâmpadas domésticas. Levantei-me, e mal assentei em minha cama, a luz se apagou repentinamente. Cheguei a pensar que fosse alguém brincando comigo, mas a luz era branca e cristalina para ser de uma lanterna ou um holofote, pois a janela do meu quarto dá para o lado de um rio (rio Manhuaçu) que passa nos fundos de minha casa, e eu achei que poderia ser um pescador brincando comigo. Mas naquela madrugada havia um denso nevoeiro, e nem as lâmpadas da rua que se situam do outro lado do rio eu poderia ver.
No segundo dia, o fato se deu mais ou menos na mesma hora da noite anterior, com a diferença de que a luz se apagava lentamente, à medida em que eu lentamente me levantava. Levantei lentamente porque ainda julgava ser alguém brincando comigo, e estava a fim de surpreendê-lo. Mas como já disse, a medida em que me movia na cama para me levantar, a luz se apagava lentamente.
Na terceira noite apareceu a mesma luz, mas desta vez ouvi um ruído, a janela do meu quarto que é de vidro a imagem de uma mulher. Retraí-me todo sentando em minha cama com minhas costas na cabeceira, fiquei estupefato a olhar aquela mulher, e em poucos segundos ela desapareceu. Seu rosto era de uma mulher comum, porem estava vestida com um manto comprido, que envolvia a cabeça e todo corpo, abrindo-se em fora triangular, e em sua cabeça havia uma coroa. Cheguei a pensar que era Nossa Senhora de Aparecida. Veja figura n°1.
Na quarta noite, no mesmo horário, eu acordei com uma luz intensa em meu quarto. As paredes pareciam de material fosforescente, pois tudo brilhava intensamente. Levei um susto enorme, pois junto à cabeceira de minha cama, lá estava ela de pé, perto de mim, e me disse: “Não faça facção, porque isto será sua morte”.
Pude compreender mais tarde, que ela se referia à morte espiritual. Desta madrugada em diante, ela aparecia pra mim, bastando para isto que eu me concentrasse em Deus. Muitos diálogos mantive com ela ate que aquela forma humana desapareceu, aparecendo somente a coroa e o triangulo. Veja figura n°2.
Relato a seguir alguns trechos de nossos diálogos:
- Não revele nada a ninguém, nem a sua própria esposa; afaste-se de todas as religiões, inclusive da sua.
Mil interrogações ocorreram-me, por que eu teria de afastar de minha própria igreja? A resposta eu teria mais adiante. Eu não poderia ter concepção de nada do que se pregava no setor religioso, afim de não bloquear ensinamentos nenhum pois quando temos ideias enraizadas de uma coisa, é difícil alguém nos mostrar o que é mais certo.
- Você foi escolhido para transmitir uma filosofia de Deus para a humanidade, baseada na escritura sagrada.
E prontamente recusei dizendo: Logo eu que nunca li e não entendo nada de Bíblia e religião, e não tenho cultura!
- Por que não escolhem um chefe religioso que tem mais entendimento das coisas de Deus?
- Ela me respondeu:
- Há mais de quinze anos que estamos mudando a estrutura do seu cérebro, para que você possa receber nossas comunicações. Esta é sua missão, trate de cumpri-la.
Quando foi no outro dia, resolvi conversar com o pároco local. Era dia de Corpus Cristi, e havia uma grande multidão de fiéis carregando um andor com uma imagem do santíssimo. Comecei a subir a escadaria da igreja cabisbaixo, e assim que atingir o ultimo degrau, olhei para frente e vi novamente aquela mulher com o mesmo formato das vezes anteriores, em uma postura de querer barrar a minha entrada e disse-me:
- Não te pedi para revelar nada a ninguém! Como podemos comunicar com pessoas que acham que estão passeando com Deus na rua? O fanatismo é pior que a ignorância. O ignorante você pode educa-lo, mas o fanático é impenetrável, ele só vê as coisas à luz da própria razão.
Esta foi a última vez que vi aquela forma humana de mulher, porque no dia seguinte em diante, eu só via um TRIÂNGULO LUMINOSO com uma COROA em seu vértice superior. Conforme figura n° 2.
A partir deste dia comecei a receber aulas científicas e espirituais, mostrando-me um Deus diferente. Não um Deus vingativo, guerreiro, de temor e tremor, porém mais amor, mais caridade sem misticismos. Mostraram-me Deus Ciência e Deus Religião, unidos, porque a ciência e a Religião se completam, apesar de muitos pensarem que uma nada tem a ver com o outro. Vi-me como uma obra perfeita da criação do Todo Poderoso, Filho de Deus, assim como todos os seres humanos, filhos do Universo.
No princípio, eu ouvia somente uma voz feminina, suave, sempre me dizendo, NÓS. Com o passar dos tempos a voz se alterava de masculina para feminina e vice-versa, isto é, em cada comunicação recebida, a voz era diferente. Como pode-se notar, eles modificavam tudo para que eu não fanatizasse por qualquer coisa que viessem mostrar, ou fazer ouvir.
Como aquela imagem do triângulo com uma coroa acima sempre aparecia em minha frente quando comunicavam comigo, eu lhes perguntei o que significava aquilo. Responderam-me:
- A coroa representa o CENTRO (Grande Centro) emissor de energias e o triangulo é a área atingida pelas energias.
Sinceramente tudo isso era novidade pra mim. Comecei a formular perguntas afim de que eu pudesse compreender alguma coisa, e para cada pergunta, uma resposta imediata. As comunicações hoje são espontâneas. Sempre que surge um problema, ou melhor, uma análise melhor, a resposta vem como se fosse uma intuição, como se aquilo fosse um raciocínio meu. Não que eu não tenha capacidade de resolver um problema, ou melhor, fazer uma analise. Estou ciente de minha capacidade, mas existem problemas e soluções que somente Eles tem condições de resolvê-los, dado ao conhecimento que tem.
Como já disse anteriormente, muitos admitem que a Ciência e a Religião são coisas opostas. Para a Religião existem a Fé e a Esperança, e por que não dizer que para a Ciência também existe Fé e Esperança? Sim, a Ciência ainda vive cheia de pressupostos. Quando partimos para o Cosmos ainda somos cegos. Como somos um grão de areia neste universo. Por isso dizemos que a Ciência e a Religião se complementam, e ambas atingirão o ponto máximo, quando houver caridade. A caridade da Ciência está na pesquisa e na transformação das descobertas em benefícios à humanidade. A caridade das religiões esta na ponderância de seus atos, não jogando uma classe social contra a outra interceder sim pelos menos favorecidos, sem agitar, seguindo o exemplo do mestre Jesus, que movia uma massa humana atrás de si sem torna-los fanáticos. Não se julgarem donos da verdade, porque ninguém é dono da verdade. Não se agredirem mutuamente pois Deus não é Deus de confusão, Deus é amor, união. Lembrar que haverá um só Pastor e um só rebanho, e para que isto aconteça, todos deverão estar unidos, pois a verdade é uma só e o caminho é um só. O ser humano deve procurar entender a evolução da ciência na caridade da verdadeira religião que é “ Amar a Deus sobre todas as coisas, e o próximo como a ti mesmo”, e entender a religião na sabedoria da Ciência. Deus é Ciência. E quando dizemos “sabedoria” é porque a sabedoria emana do coração, do espírito divino, e não é como o conhecimento que é adquirido como se fossemos um computador, cheio de dados, mas vazio em espírito e caridade. Toda obra do Universo, é uma obra de um “Cientista Religioso”, nele há de tudo; Matemática, Física, Astronomia, Biologia, Amor, Caridade, Longanimidade...